04/11/08

João Paulo II (Karol Jósef Wojtyla)

A lenda do nascimento de João Paulo II


Segundo se conta, no momento do parto não ouve dor, a mãe pediu à parteira que abrisse a janela para que os primeiros sons que seu filho recém-nascido ouvisse fossem o canto em honra de Maria, Mãe de Deus.

E assim a parteira saltou do pé da cama para a janela e escancarou as persianas. De repente o quarto se encheu de luz e do entoar das vésperas de Maio em honra da Santa Virgem, vindo da Igreja Nossa Senhora, no próprio mês a ela dedicado. Dessa forma, os primeiros sons ouvidos pelo futuro papa, João Paulo II, foram cânticos entoados a Maria, da igreja paroquial que ficava bem do outro lado da rua da casa onde nasceu, num modesto sobrado cujos proprietários eram judeus, na cidadezinha de Vadovice, na Galícia.


Essa foi a história contada pelo velho Papa em pessoa, enquanto caminhava pelos jardins do Vaticano no seu septuagésimo ano de vida, contemplando o arco descrito por sua vida notável e descrevendo essa grande dádiva de sua própria mãe martirizada. Trecho do livro Sua Santidade, João Paulo II e a história oculta de nosso tempo, de Carl Bernstein e Marco Politi.


João Paulo II (Karol Józef Wojtyla)


Karol Józef Wojtyla nasceu a 18 de Maio de 1920, em Wadowice, uma pequena localidade ao sul da Polónia, a 50 quilómetros da. Filho de Karol Wojtyla, um tenente do exército austro-húngaro e sua mãe Emíila Kaczorowsky, uma jovem siciliana de origem lituana, e um irmão adolescente de nome Edmund Wojtyla por quem tinha grande admiração.


Teve uma irmã que morreu com apenas alguns dias de vida.


Os pais de Karol Józef Wojtyla baptizaram-no a poucos dias após nascer, na Igreja de Santa Maria de Wadowice.

Era muito mimado tal como o seu irmão Edmund, que se formou em medicina.


Mas aos 9 anos de idade, algo de drástico acontece na sua vida, a mãe Emilia Kaczorowska encontrasse doente (problemas nos rins) acabando por falecer, corria o ano de 1929. Criado pelo pai, um homem rígido, que educou os filhos de acordo com a disciplina militar, mas sempre pronto a ajuda-los e apoia-los em tudo, tanto que era de bom agrado, ver Karol com apenas 10 anos demonstrar interesse pelo teatro e pela literatura.

Mas algo voltaria a mudar o rumo da sua vida, com 11 anos de idade (1931), veria morrer o irmão, vítima de escarlatina. E como pode aguentar ainda mais sofrimento quando a poucos dias de completar 22, vê morrer seu pai num dos mais rigorosos Invernos da Polónia.


Durante a invasão nazi da Polónia, Karol Wojtyla e um grupo de jovens polacos criaram uma universidade clandestina, como forma de resistirem ao encerramento das universidades polacas, decretado pelos alemães, mas para desgosto dele assistiu ao assassinato de vários desses seus amigos e colegas. Era um apaixonado pelo desporto (chegou a actuar como jogador de futebol numa equipa amadora de Wadowice) e, muito religioso, (foi fundador de uma Congregação Mariana no seu colégio).


Durante a ocupação alemã, trabalhou como mineiro e mais tarde numa fábrica de produtos químicos para evitar a sua deportação para a Alemanha Nazi.


Em 1942, ingressou no departamento teológico da Universidade Jaguelónica, onde fez vários amigos e em 1946 é ordenado sacerdote e licencia-se em Teologia na Universidade Pontifícia de Roma Angélica e, mais tarde, em Filosofia, desempenhando depois as funções de docente na Universidade Católica de Lublin e na Universidade Estatal de Cracóvia.


Em 1958, foi consagrado Bispo Auxiliar do Administrador Apostólico de Cracóvia, monsenhor Basiak, tornando-se o mais novo membro do Episcopado polaco. Corria o ano de 1963, quando a 30 de Dezembro é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia tendo sido 4 anos mais tarde no dia 28 de Junho é elevado a cardeal, também por Paulo VI.

No ano de 1978, é nomeado membro da Consagração para a Educação Católica.


João Paulo I, o antecessor de João Paulo II, morre a 28 de Setembro de 1978, vítima de enfarto agudo do miocárdio

antes de completar 34 dias de pontificado. O conclave (colégio de cardeais responsável pela escolha do próximo Papa) o elegeu a 18 de Outubro de 1978 como o 265º sucessor de Pedro, à frente dos destinos da Igreja Católica, interrompendo mais de 400 anos (desde 1522) de eleição de Papas italianos.


Adoptou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor e depressa se colocou do lado da paz e da concórdia internacionais, com intervenções frequentes em defesa dos direitos humanos e das Nações.


Corria o ano de 1981 quando sofreu um atentado na tarde de 13 de Maio. No meio da Praça de São Pedro, no Vaticano, o turco Mohemed Ali Agca disparou três vezes contra o Papa. As balas o atingiram no abdómen e no braço, e uma multidão de pessoas presenciou o incidente.


João Paulo II iniciou as comemorações do Dia Mundial da Juventude em 1985, em Roma, num encontro com 200 mil pessoas.

Durante a sua visita a Cuba, em Janeiro de 1998, que marcou o fim de 39 anos de relações tensas entre a Igreja Católica e o regime de Fidel Castro, o Papa condenou o embargo económico dos Estados Unidos ao país, declarando que tais medidas eram "condenáveis por lesarem os mais necessitados".


A reconciliação com os judeus marcou a sua viagem à Terra Santa, e uma viragem nas relações entre as duas religiões. João Paulo II pediu perdão, a 12 de Março de 2000, pelos erros e crim

es cometidos pela Igreja no passado, especialmente contra os judeus, pedido repetido junto ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, o lugar mais sagrado do judaísmo.


Em 13 de Maio de 2000, viaja até Santuário de Fátima, em Portugal e a Igreja surpreendeu o mundo revelando a Terceira Revelação de Fátima, que em 1917 teria aparecido para três crianças em Portugal.


Segundo análise do Vaticano, o terceiro segredo estaria ligado ao atentado contra o Papa. Curiosamente, os tiros contra o Papa foram disparados também no dia 13 de Maio (1981). Conforme divulgou o secretário de Estado do Vaticano, o terceiro mistério anunciado pela Virgem aos pastorinhos era a imagem de um bispo vestido de branco que caminhava entre os corpos de mártires caídos ao chão, aparentemente mortos, sob uma chuva de disparos. A Praça de São Pedro é rodeada de imagens de santos e mártires. A revelação do mistério encerrou décadas de suposições, muitas delas relacionando o segredo a profecias apocalípticas como o fim do mundo.


A Oração Mundial pela Paz, que se realizou a 24 de Janeiro de 2002, foi presidida por João Paulo II e reuniu em Assis, em Itália, líderes de 48 confissões de todo o mundo.

Foi a Fátima visitar todas as pessoas e também a irmã Lúcia. A irmã Lúcia acabou por falecer no dia 13 de Fevereiro de 2005. A irmã Lúcia era a mais velha dos três pastorinhos.


Muitas outras visitas fez, mas ainda nos anos 90 é marcado pela doença de Parkinson, sendo já evidente que a sua saúde se iria debilitar rapidamente.


Foi então que às 21h37, hora de Roma, do dia 2 de Abril de 2005, o Mundo parou perante a notícia da morte do Santo Padre, vítima de choque séptico e de falência cardíaca, segundo o atestado de óbito assinado pelo médico pessoal do pontífice.


Por sua própria decisão, seu corpo não foi embalsamado. E sobre seu funeral, deixou a seguinte instrução: "Repito a mesma ordem dada pelo Santo Padre Paulo VI: enterro em terra nua, não em um sarcófago".


As exéquias fúnebres decorreram na Praça de São Pedro, pela manhã do dia 7 de Abril de 2005, tendo a cerimónia fúnebre durou três horas, sobre alta segurança, presidida pelo então, decano dos cardeais, o Cardeal Joseph Ratzinger.


O corpo de João Paulo II está sepultado no Vaticano, numa lápide de pedra (campa rasa), junto ao túmulo de S. Pedro, na cripta da Basílica onde descansam pontífices e monarcas.


Fica para a História da Humanidade como tendo ficado nos 12 Papas, de um total de 264, a reinaram mais tempo. O recorde absoluto é de São Pedro, o primeiro papa, que teve um pontificado de entre 34 e 37 anos – não há dados exactos para confirmar a data precisa. Em 24 anos de pontificado, João Paulo II já beatificou 1303 pessoas e proclamou 465 santos.


Foi um dos Homens mais Bondosos que a Humanidade alguma vez teve…