06/09/08

A Última Ceia de Leonardo Da Vinci

Este quadro representa o episódio dramático narrado nas Sagradas Escrituras, em que Cristo, reunido com os Seus discípulos para celebrar a Páscoa Judia, anuncia que um deles o iria trair. Leonardo Da Vinci descreve a cena de forma original como se estivesse a contar uma história. Em vez de escolher o momento em que a identidade do traidor é revelada, retrata as reacções e gestos dos apóstolos que interrogam o Mestre: "Serei eu, Senhor?" Jesus está sentado, impassível, enquanto os discípulos, todos potenciais traidores, se olham uns aos outros, questionando-se e tentando afirmar a sua inocência.












Porque Leonardo Da Vinci escolheu este momento para representar a sua Última Ceia?


Leonardo Da Vinci foi um brilhante estudioso da Fisionomia, a ciência que procura estabelecer o carácter das pessoas através dos traços fisionómicos e das expressões faciais. Assim, observou que a cada emoção corresponde uma reacção ou gesto que varia com a idade e o carácter da pessoa. Ao escolher o momento em que cada um dos apóstolos se interroga a si próprio, Leonardo Da Vinci foi capaz de registar diferentes reacções face ao mesmo estímulo. “As expressões dos homens são tão variadas como os pensamentos nas suas mentes”, escreveu um dia Leonardo Da Vinci. Observando os apóstolos, dramaticamente organizados em grupos de três, podemos reviver o que teriam sentido na tarde em que Cristo lhes anunciou o Seu sacrifício.


Ao longo da Idade Média, A Última Ceia foi retratada como uma parte do ciclo completo da Paixão de Cristo, que habitualmente se iniciava com a sua entrada em Jerusalém e terminava com a deposição no sepulcro.

Só mais tarde, durante o século XV, começou a aparecer como cena independente. Torna-se então um tema importante para as pinturas que se destinavam a cobrir paredes dos refeitórios de mosteiros, onde os monges comiam. O significado profundo da Última Ceia era vivido diariamente pelos monges e pelo prior do convento que, como Jesus e os apóstolos, pensavam praticar os ensinamentos divinos ao estudarem e ao submeterem-se às escrituras sagradas.


Se o observador estiver a uma altura de quatro metros do chão (altura a que Leonardo Da Vinci trabalhou), a cena parece ser uma continuação da arquitectura do refeitório. O ponto de fuga da perspectiva coincide com a cabeça de Cristo, ponto central da composição. O mais notável é que o mesmo sentido de continuidade entre o espaço real e o espaço pictórico é também comunicado ao espectador ao nível do chão.


Como é que Leonardo Da Vinci terá conseguido este efeito? O diagrama acima mostra que o artista construiu uma espécie de cenário. Inclinou a pintura de modo que a superfície da mesa fosse visível e "forçou" a perspectiva para aumentar a ilusão de profundidade.

Para dar mais realismo à cena, iluminou-a como se a luz viesse do lado de onde se encontravam as janelas do refeitório.


A Obra:

Mural em têmpera e óleo, 460cm x 880cm, Milão, Santa Maria della Grazie. Pintado no fim da estada de Leonardo Da Vinci em Milão, entre 1495 e 1498, A Última Ceia foi encomendada por Ludovico, o Mouro.

Foi realizada numa das paredes do fundo do refeitório do mosteiro, em frente da representação da Crucificação.

Por razões técnicas, A Última Ceia começou a deteriorar-se muito cedo.

Foi restaurada, retocada e repintada várias vezes sem grande sucesso.

Recentemente foi submetida a um delicado tratamento para remover as camadas adicionais de pintura.


A Técnica:

Sempre insatisfeito com os resultados obtidos, Leonardo Da Vinci demorava bastante tempo a completar os seus trabalhos, razão pela qual muitos estão inacabados. Se tivesse pintado a Última Ceia usando a técnica tradicional do fresco, teria de trabalhar muito rapidamente: teria de cobrir a área do estuque, preparada por ele todos os dias, enquanto estava húmida. Como pretendia retocar partes da sua obra, Leonardo Da Vinci adoptou a técnica de aplicar uma mistura de óleo e têmpera sobre duas camadas de estuque. Nunca poderia prever que estes materiais sucumbissem aos ataques da poluição e da humidade. Aliás, o mural começou a deteriorar-se ainda durante a vida do artista. As cores, agora neutras e esmorecidas, eram originalmente vivas e luminosas. As cabeças de Jesus e André são mostradas em cima e em baixo respectivamente.

Santo André e São Francisco de Assis

Santo André (do grego Ανδρέας - André - «másculo», «viril»), apóstolo de Jesus Cristo nascido em Betsaida da Galileia, nas margens do Mar da Galileia. Foi um santo e mártir cristão. Sendo judeu, certamente o seu nome não seria André, mas talvez um correlato em hebraico ou amaraico.

Também conhecido como o Afável foi escolhido para ser um dos Doze, é citado várias vezes no Novo Testamento entre os quatro primeiros junto com Pedro, João e Tiago, sendo seu nome mencionado explicitamente três vezes: por ocasião do discurso escatológico de Jesus (Mc 13,3), na primeira multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6,8) e quando, juntamente com Filipe, apresenta a Jesus alguns gentios (Jo 12,22). Também pescador em Cafarnaum, foi o primeiro a receber de Cristo o título de Pescador de Homens e tornou-se o primeiro a recrutar novos discípulos para o Mestre.


Filho de Jonas tornou-se discípulo de São João Batista, cujo testemunho o levou juntamente com João Evangelista a seguirem Jesus e convencer seu irmão mais velho, Simão Pedro a segui-los. No começo da vida pública de nosso Senhor ocuparam a mesma casa em Cafarnaum. Segundo as Escrituras esteve sempre próximo ao Cristo durante sua vida pública.


Estava presente na Última Ceia, viu o Senhor Ressuscitado, testemunhou a Ascensão, recebeu graças e dons no primeiro Pentecostes e ajudou, entre grandes ameaças e perseguições, a estabelecer a Fé na Palestina, passando provavelmente por Cítia, Épiro, Acaia e Hélade. Para Nicéforo ele pregou na Capadócia, Galácia e Bitínia, e esteve em Bizâncio, onde determinou a fundação da Igreja local e apontou São Eustáquio como primeiro bispo.


Finalmente esteve na Trácia, Macedônia, Tessália e Acaia. Na Grécia, segundo a tradição foi crucificado em Patros da Acaia, cidade na qual havia sido eleito bispo, durante o reinado de Trajano, por ordem do procônsul romano Egéias. Atado, não pregado, a uma cruz em forma de X, que ficou conhecida como a cruz de Santo André, ainda que a evidência disso não seja anterior ao século catorze. Suas relíquias foram transferidas de Patros para Constantinopla (356) e depositadas na igreja dos Apóstolos (357), tornando-se padroeiro desta cidade. Quando Constantinopla foi tomada pelos franceses no início do século treze, o Cardeal Pedro de Cápua trouxe as relíquias à Itália e as colocou na catedral de Amalfi.


Anos mais tarde, seus restos mortais foram levados para Escócia, mas o navio que os transportava naufragou em uma baía que assim foi denominado a Baía de Santo André. No calendário católico é comemorado o seu dia a 30 de Novembro, data de seu martírio e é honrado como padroeiro da Rússia, Escócia, Grécia, Burgundy, Espanha, Sicília, Baixa Áustria, Nápoles, Ravenna, Brescia, Amalfi , Mantua , Manila, Bruges, Bordeux e Patras.